The Kingdom Copacabana - um pouco de história 🌴
os resultados de um empreender em constante crescimento.
Parece até estranho pensar que esse espaço onde abriremos o The Kingdom Copacabana já habitava minha mente desde o dia 15 de julho de 2018, dia do meu casamento com o Loan. Nós casamos no Baco, um restaurante que gostamos demais e que ficava ao lado da Modulaque, loja que estava no imóvel da Avenida São Paulo 1860 já havia alguns anos. Me lembro de olhar para aquela casa, ver o gramado, os coqueiros, a sacada gigantesca, tanto espaço de grama e pensei que também teria sido maravilhoso casar ali e que aquela casa deveria ser uma delícia para morar.
Eu e o Loan conhecemos o The Kingdom no fim de 2019 (foi fundado em 2017) e entramos na sociedade no meio de 2020, em plena pandemia e com desafios gigantescos, como é possível imaginar.
Pulamos para agosto de 2023 quando meu pai (que também era encantado com o lugar) estava passando no Parque do Ingá em frente à casa e viu uma placa de aluga-se colada no vidro e prontamente nos enviou uma foto da placa na fachada. Já estávamos falando havia alguns meses sobre a possibilidade de abrir uma segunda unidade do TK (algo que eu não queria de forma alguma, ainda exausta da obra de expansão do The Kingdom Jardim SP que tinha sido finalizada em março de 2023). Até cogitamos alguns imóveis, visitamos outros, mas nada encaixava bem, sabe?.
Assim que soubemos da casa ao lado do Baco alugando pensamos que seria muito louco se ali fosse um The Kingdom (tsc tsc). Como eu e meu pai operamos no lema “perguntar não custa nada” entramos em contato com a imobiliária, nos informamos sobre o imóvel e meu pai agendou uma visita sozinho, ainda custei um pouco a acreditar que seria uma possibilidade e não queria me decepcionar.
Foi até tema de terapia quando caiu a ficha que não era porque estava cansada da reforma anterior que não queria abrir uma segunda unidade do The Kingdom, mas porque não estava empolgada o suficiente para criar energia para esse novo passo! Tem tudo a ver com o tema de como manter sua chama acesa que falei em outra newsletter (leia aqui).
Depois da visita discutimos o cenário que teríamos se quiséssemos seguir em frente com aquele projeto e a partir daí minha vida virou de cabeça pra baixo. As perguntas foram muitas: mas uma cafeteria desse tamanho? tem outras empresas interessadas no imóvel, como convencemos os proprietários a escolher o nosso projeto? como levantaríamos fundos para executar a obra e abrir o mais rápido possível? um aluguel naquele valor seria viável? quantas pessoas teríamos que atender? e outras milhares delas (muitas com respostas ainda por vir, assim espero!).
Pegamos uma planta da casa nas mãos e ali eu confirmei o tesouro que era aquele imóvel e toda a sua história!. Sempre me incomodou muito o fato de Maringá, por ser também uma cidade nova, não se importar em preservar bem suas memórias, cultura e imóveis originários da região. A planta daquela casa era de 1967 e foi desenhada à mão pelo Edgar Werner Ohstenhrot, um alemão que imigrou para o Brasil quando tinha cerca de 8 anos e acabou por se tornar um dos fundadores dessa cidade junto com seu pai. A equipe do Maringá Histórica fez um vídeo memorável sobre ele (que reencontrei quando pesquisava sobre o arquiteto):
De alguma forma aquele imóvel estava nas minhas mãos e prontamente analisei tudo o que havia de belo na casa, o que precisava ser atualizado para atender bem as pessoas e junto com os meus sócios pensamos em todas as necessidades e adaptações mínimas que faríamos ali.
A natureza ao redor e dentro da casa já eram começos excelentes! O Parque do Ingá bem em frente, uma grande área de gramado com palmeiras de 50 anos belíssimas, uma arquitetura brutalista com uma estética que lembrava o paisagista brasileiro Burle Marx e grandes murais de café, arte inca / asteca e paredes de pedra natural por toda a casa. Além de azulejos originais, peças de banheiro antigas e bem conservadas e iluminação que poderíamos restaurar e utilizar na decoração da cafeteria.
É claro que imóveis antigos tem suas surpresas e desafios então começamos com a troca de todo o padrão elétrico da casa, tubulações para internet, som e segurança, uma rampa de acessibilidade de mais de 10m e um banheiro também acessível. Além é claro de expandir um espaço de cozinha para atender a demanda de mais de 130 lugares e criar uma área para os nossos colaboradores poderem descansar.
Como sempre amei arquitetura e decoração já tinha algumas pastas e imagens de referências, então comecei minha busca por ideias que unissem de forma harmoniosa todo o concreto, pedras e linhas retas que a casa possuía com materiais que trouxessem aconchego e acolhimento. Madeira, tons quentes, móveis variados acolchoados na área interna e iluminação indireta. Os arquitetos leram as referências e nos ajudaram com as partes técnicas e algumas ideias interessantes como estruturas de metal suspensas que ajudassem a criar áreas de maior privacidade para os clientes e formatos diferentes para os encostos dos bancos na parede do salão principal.









Então foram obras que começaram a toda velocidade, problemas e soluções, muitas reuniões, estudos de cenários possíveis, layout e fluxo de bar, cozinha, atendimento, etc. Coloquei a teste toda a minha bagagem enquanto empreendedora ao mesmo tempo que construía partes do avião em pleno vôo. A vida pessoal acontecia, afinal de agosto à dezembro são 5 meses! É agora que vamos colocar todo o planejamento e esforço à prova. Sei que coisas vão dar errado, não me iludo mais achando que planejamento, muita reflexão e força de vontade vão blindar situações que muitas vezes eu nem tinha como cogitar, mas depois de algum tempo confesso que isso não me afeta mais o sono ou a forma de diferenciar o que é trabalho e o que é minha vida pessoal. Confiar, fazer o meu melhor e seguir em frente.









Enquanto o projeto tomava forma e interagindo com o as pessoas no Instagram e conversando com o Loan notamos as similaridades da arquitetura da casa com esse movimento Brutalista que surgiu nos anos 50 (mais sobre ele aqui) e o quanto a casa se parecia com o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Pensei também que ambas as unidades ficavam na mesma Avenida São Paulo e em como faríamos para criar uma divisão mais clara entre os dois espaços… Talvez TK Leblon, Copa? Ou The Kingdom Copacabana, e daí podemos usar uma das palmeiras dos jardim como ícone da derivação da marca, trazer mais estética de praia para o cardápio e mais natureza nas cores das paredes e na escolha das plantas internas e esses toques foram se construindo ao longo desses 6 meses de trabalho!.
Nos últimos 2 meses vimos as linhas ficarem mais claras, as etapas foram se concluindo uma a uma e vimos o projeto ganhar vida, sair do papel e agora estar no mundo real uma cafeteria que provavelmente é uma das maiores que a gente já viu! E é uma cafeteria The Kingdom, isso é mágico e eu não vou fingir normalidade haha. A inauguração será um dia depois do meu aniversário de 31 anos (queria coincidir datas tão próximas? não exatamente, mas vai ser do jeito que deu), aproveito para unir as reflexões de encerramento de ciclo e início de outro com a nova fase da minha vida empreendedora que se inicia agora.
Não tenho todas as respostas, o projeto vai continuar para sempre como um avião sendo construído em pleno vôo, mas isso pra mim é sinal de um empreender vivo, que se desenvolve, se molda, muda e evolui conforme as pessoas à frente dele e os seus queridos clientes. Espero que você possa nos visitar, que a gente possa tomar um café juntas e crescer tão altas quanto aquelas belas árvores inspiradoras no jardim do novíssimo The Kingdom Copacabana.
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Após algumas semanas da inauguração volto aqui para complementar o texto! Principalmente para agradecer à nossa querida e dedicada equipe, familiares que nos apoiam todos os dias e todas as visitas especiais que recebemos com congratulações por esse novo espaço e evolução do The Kingdom. Os desafios tem sido tão complexos ou até mais do que os da obra, mas isso fica para próximas newsletters. :)
Ah, e claro que o resultado final da obra você vê pessoalmente! Espero você :D
Um grande beijo e nos vemos em breve!
Desde 2018 o The Kingdom é meu lugar/café favorito e meu coração se enche de orgulho em ver a trajetória que vocês vieram construindo de lá pra cá. Vocês são merecedores de todas as sementes que vêm plantando, e sem dúvidas uma inspiração como empreendedora!
Parabénsssss e obrigada por adicionarem mais um cantinho lindo na nossa lista de lugares favoritos na City heheheh 💛
Conheço o The Kingdom desde que me mudei para Maringá no começo de 2021 e desde então ele se tornou o meu refúgio. Seja para descansar ou para criar é no TK que eu penso e é incrível acompanhar a sua jornada Tamires como artista e empreendedora, é muito inspirador.
Já conheci a nova unidade e meu pensamento foi exatamente como o seu no final do texto, é uma cafeteria enorme e é o The Kindgom!!!!
Muito, muito sucesso com essa nova etapa!